Rocha dos Namorados
Segundo arcaica tradição, as raparigas solteiras vão ali na Segunda-Feira de Páscoa para consultar o menir em matéria do seu casamento. Este afloramento natural de granito, em forma de cogumelo, é uma valiosa testemunha da continuidade dos cultos relacionados com a fecundidade ao longo dos tempos. Adornada de gravuras megalíticas do tipo “covinhas”, esta pedra da fertilidade de mais de 2m de altura tem o seu topo coberto por um manto de pequenas pedras soltas, representativas de um antigo rito pagão que se manteve até aos nossos dias. Segundo arcaica tradição, as raparigas solteiras vão ali na Segunda-Feira de Páscoa para consultar o menir em matéria do seu casamento. Cada pedra atirada ao topo do monumento e que caia representa um ano de espera em relação ao casamento.
Cromeleque do Xerez
Identificado em 1969 por José Pires Gonçalves, após a sua descoberta por José Cruz e Leonel Franco, o Cromeleque do Xerez foi erguido entre os inícios do 4.º e meados do 3.º milénio a.C.. O seu singular formato quadrangular desenvolve-se em torno de um menir central de cerca de 4m de altura, que apresenta numa das suas faces diversas “covinhas”, em toda a sua verticalidade. Este monumento megalítico é constituído por 50 menires de granito, de forma fálica, cuja altura varia entre 1,20m e 1,50m. Ainda que a maioria destes menires esteja parcialmente fraturada, o facto de estes estarem prostrados “in situ”, possibilitou a eventual reconstrução da sua forma original. Este cromeleque foi o único monumento da região a ser transferido em 2004 devido à construção da barragem de Alqueva, para junto do Convento da Orada (Telheiro).
Ferragudo, Monsaraz (38.453440, -7.371002)
Menir da Belhoa
Erigido na baliza cronológica denominada “universo megalítico eborense”, isto é entre os inícios do 4.º e meados do 3.º milénio a.C., o Menir da Belhoa estava tombado e fraturado aquando da sua identificação em 1970. Com o objetivo de reconstruir a sua dimensão original, foi talhada uma base, de altura conjetural, em granodiorito da região, sobre a qual se montou, assente com uma argamassa de cal e areia, o fragmento encontrado “in situ” na Herdade da Bulhoa. Largamente decorado com gravuras, representando motivos solares e um báculo, este impressionante menir fálico está ainda ornamentado com várias linhas quebradas, onduladas, serpenteadas e em ziguezague, valendo-lhe, em 1970, o seu reconhecimento enquanto Monumento Nacional.
Menir do Outeiro
Este menir fálico, conhecido na região por “Penedo Comprido”, eleva-se a uma altura de mais de 5,6 metros, cujo topo apresenta um possível báculo com 30 cm de diâmetro. Reerguido na sua localização original em 1969, ano em que foi descoberto por Henrique Leonor Pina e José Pires Gonçalves, o Menir do Outeiro situa-se numa planície a meio caminho entre as povoações do Outeiro e da Barrada. Este fenomenal monólito, considerado o mais impressionante menir isolado da Península Ibérica e também dos mais notáveis da Europa, fará as delícias dos apaixonados pela pré-história.
Museu Megalítico José Maria da Fonseca
Este museu encontra-se instalado numa sala reservada a objetos pertencentes à cultura megalítica encontrados em escavações realizadas no Monte da Ribeira, propriedade da empresa Safra – Investimentos Agrícolas, Lda., nos anos 90. Nesta sala podemos encontrar uma série de instrumentos da época e uma estela menir com 4.7m de altura e largura máxima de 1m. Este monumento está datado do último quartel do 4.º milénio (em anos de calendário) ou na transição para o 3.º. Na estela menir poderão ser observados vários símbolos que aí foram desenhados há cerca de 6.000 anos, de entre os quais podemos destacar: machado trapezoidal, serpente de caráter naturalista, cinturão, machado simples, círculos isolados, báculo e covinhas. Na mesma sala existe também um conjunto de utensílios datados da mesma época.
Rua de Mourão 1, Reguengos de Monsaraz
Antas 1 e 2 do Olival da Pega
O conjunto Megalítico do Olival da Pega, datado de 3500 a 3000 a.C. e constituído pelas Antas 1 e 2, era um complexo funerário de proporções verdadeiramente incríveis. A monumentalidade destas antas é visivelmente demonstrada pela quantidade de espólio funerário encontrado durante o seu estudo, que reúne cerca de 134 placas de xisto e 200 vasos cerâmicos, e pela sua impressionante necrópole de características assumidamente coletivas, onde estariam sepultadas aproximadamente 140 e 118 pessoas, respetivamente, em cada um dos complexos. Este riquíssimo espólio, encontrado nestes sepulcros megalíticos parece, não só evidenciar uma continuidade cultural relativamente às estruturas funerárias que os precederam, como aponta no sentido da “Anta 2 do Olival da Pega” pertencer a um conjunto funerário mais vasto, fazendo deste conjunto um monumento digno de visita.
Estrada Municipal 514, Monsaraz (38.451546, -7.398860)